Question 1

O que está impulsionando essa mudança?

Accepted Answer

O pano de fundo macroeconômico está mudando de formas que, historicamente, favoreceram os ativos de mercados emergentes. O Federal Reserve iniciou um ciclo de afrouxamento monetário, e o dólar americano — após anos de força — parece seguir agora uma trajetória de enfraquecimento. Esses são ingredientes clássicos para um bom desempenho dos MEs.
Quando o capital global se torna mais barato e o dólar se enfraquece, os investidores tendem a buscar oportunidades mais distantes em busca de crescimento e rentabilidade — e os mercados emergentes são frequentemente os principais beneficiários.

Question 2

Valuation e fundamentos

Accepted Answer

As avaliações também são uma parte essencial dessa história. Atualmente, as ações de MEs estão sendo negociadas a cerca de 14 vezes o lucro projetado, um nível que, embora não seja particularmente barato em relação à sua própria história, representa um desconto de quase 40% em relação às ações dos EUA.
Na nossa visão, esse desconto não é justificado pelos fundamentos. As empresas de mercados emergentes vêm apresentando resultados sólidos. Esperamos que o crescimento dos lucros nos MEs acelere de 10% em 2025 para 14% em 2026, superando muitos de seus pares desenvolvidos. Essa aceleração é sustentada por uma demanda doméstica resiliente, ganhos reais de salários e políticas monetárias proativas de vários bancos centrais emergentes.

Question 3

Um novo perfil para os mercados emergentes

Accepted Answer

O argumento para investir em ações de MEs evoluiu significativamente. Hoje, essas ações vão muito além de commodities e instituições financeiras. Quase metade do índice MSCI Emerging Markets é composta por empresas de tecnologia, consumo voltado à tecnologia e telecomunicações.
Muitas dessas companhias estão na vanguarda da inovação em inteligência artificial. Por exemplo, a grande maioria dos chips da NVIDIA é fabricada em Taiwan — sem o apoio dos mercados emergentes, a empresa de tecnologia mais valiosa do mundo não conseguiria entregar seus produtos.
Num ambiente global marcado por incertezas nas cadeias de suprimento, fragmentação geopolítica e políticas econômicas voláteis em diversos países desenvolvidos, a diversificação geográfica nunca foi tão importante.
De fato, as linhas históricas que separavam mercados desenvolvidos de emergentes estão se tornando difusas. A maioria dos MEs, por exemplo, aprendeu com erros do passado e hoje valoriza muito mais a independência dos bancos centrais e, em certa medida, a responsabilidade fiscal.

Question 4

Onde vemos oportunidades

Accepted Answer

Dentro da classe de ativos, destacamos o setor de tecnologia da China, pela sua capacidade de monetizar IA, pela inovação acelerada e pelo compromisso com a autossuficiência. Esperamos que o setor de tecnologia chinês (índice Hang Seng Tech) apresente um crescimento de lucros de 37% em 2026, tornando-se o segmento de ações que mais cresce no mundo.
O Brasil, por sua vez, negocia a apenas 9 vezes o lucro projetado, com retorno sobre o patrimônio acima de 16%, bem acima da média dos MEs. O país também se beneficia das perspectivas de afrouxamento monetário, tanto global quanto doméstico, e de possíveis melhorias na dinâmica política interna após as eleições de 2026.
Na Índia, as reformas em andamento — incluindo a simplificação do imposto sobre bens e serviços (GST) — devem sustentar uma recuperação dos lucros corporativos.

Question 5

Riscos no horizonte

Accepted Answer

É claro que permanecem riscos — e a geopolítica está no centro das atenções. A recente escalada nas tensões entre EUA e China, incluindo taxas portuárias recíprocas, ampliação dos controles de exportação e novas ameaças tarifárias, é motivo de preocupação.
Os investidores também devem acompanhar de perto uma possível reversão da atual tendência de enfraquecimento do dólar, que poderia ser impulsionada por expectativas de inflação mais altas e por uma política do Fed de juros “mais altos por mais tempo”.

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Uma nova era para os mercados emergentes?