Mercados privados Investir em mercados privados em 2022: Uma introdução

Os mercados privados viram um crescimento em sua popularidade entre os investidores institucionais: as alocações médias de planos de previdência públicos dos EUA subiram de 18% em 2012 para 20% em 2020, segundo o Public Plans Database.

Um motivo essencial para esse aumento é a opinião de que a classe de ativos pode melhorar os retornos absolutos e ajustados ao risco para os investidores em relação a carteiras líquidas tradicionais e oferecer oportunidades de investimento diferenciadas

Acreditamos que é cada vez mais importante para os investidores considerar exposição a mercados privados. Em nossa opinião, os mercados privados oferecem uma combinação de retornos de alto potencial, um foco de longo prazo e acesso a empresas inovadoras e de rápido crescimento.

O investimento em private equity pode proporcionar fatores de retorno mais diferenciados do que os investimentos cotados em bolsa se os gestores conseguirem adicionar valor por meio de propriedade ativa e criação de valor operacional. Para os investidores capazes de comprometer capital por um período mais longo – e com um plano para gerenciar riscos originados de liquidez mais baixa – acreditamos que essas vantagens podem tornar os investimentos em mercados privados uma parte crucial da maioria das carteiras.

As expectativas de retorno nas classes de ativos caíram nos últimos anos. Consequentemente, a construção de carteiras com retornos acima do esperado é um desafio cada vez maior. Segundo as premissas de mercado de capitais de longo prazo do UBS CIO, uma carteira com 60% de ações globais e 40% de renda fixa global provavelmente tenha um retorno de pouco mais de 5% em um ciclo de negócios, em comparação com 7,2% historicamente (1990-2021). Embora enxerguemos uma moderação nos retornos anuais médios nas ações dos EUA para cerca de 6%, acreditamos que os retornos de private equity fiquem em média próxima a 9%. Os retornos mais altos do mercado privado têm o potencial de ajudar a garantir que os investidores atinjam suas metas financeiras.

Embora a preferência por liquidez entre vários investidores seja compreensível, ela pode ter retornos de longo prazo mais baixos.

Além disso, com um planejamento bem-feito, as baixas para a iliquidez podem ser gerenciadas, por exemplo, ao identificar as necessidades de liquidez de um investidor no curto, médio e longo prazo e, em seguida, construir uma carteira que cumpra esses requisitos. A iliquidez também tem determinados benefícios, entre eles o fato de não permitir que os investidores realizem vendas durante deslocamentos do mercado, enquanto permite que os gestores tirem proveito de avaliações atraentes durante tais períodos. Os mercados privados também podem ser adequados para investidores em busca de participar de tendências seculares de longo prazo na economia ou igualar passivos de longo prazo.

Embora os mercados privados enfrentem alguns dos mesmos contratempos atuais dos mercados abertos, incluindo a inflação elevada e o aumento nas taxas de juros, além dos riscos geopolíticos, não enxergamos isso como motivo para adiar o investimento. Gestores habilidosos estão bem-posicionados para se adaptar a esses desafios. Ademais, não temos preferência por esforços para colocar prazo em investimentos de mercados privados considerando os longos intervalos de tempo para alocar capital e os períodos de retenção mais prolongados.

Nossa abordagem preferencial ao investir em mercados privados, assim como nos públicos, é a diversificação. Os investidores devem fazer alocações a vários fundos de private equity em diferentes regiões, gestores, estratégias e anos de lançamento (o ano de início do fundo). A diversificação da estratégia reduz a dependência de qualquer fator específico ou exposição da estratégia. A diversificação geográfica reduz a dependência de uma única economia ou região. A diversificação de gestores reduz o risco de superexposição às parcialidades deste ou daquele gestor de fundos. A diversificação do ano de lançamento garante que os investidores tenham exposição ao conjunto de oportunidades e às condições de mercado ao longo do tempo, a fim de mitigar a variação de desempenho entre os fundos lançados em anos diferentes.

Para investidores concentrados em sustentabilidade e retornos financeiros, os investimentos em mercados privados oferecem uma oportunidade de alocar capital em impacto incremental e medido que vai além do que normalmente é obtido em mercados públicos.

Atualmente, temos preferência por gestores que sejam disciplinados com a alocação de capital e capazes de identificar oportunidades de investimentos em empresas que conseguem suportar pressões inflacionárias e de taxas de juros. Sob uma perspectiva temática, temos preferência por digitalização, saúde, transição energética e Ásia como região. Por fim, enxergamos os empréstimos diretos, bens imobiliários essenciais e infraestrutura essencial como estratégias úteis para gerar rendimento ao mesmo tempo que atenuam pressões inflacionárias e de taxas de juros.

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