UBS House View UBS House View – Investindo no Limite

Grandes partes do sistema financeiro são baseadas na premissa de que os títulos públicos dos EUA sempre serão pagos na totalidade e dentro do prazo. Em nossa hipótese básica, ainda acreditamos que o Congresso chegará a um acordo para aumentar o teto da dívida, o que já ocorreu em 89 ocasiões desde 1959.  
 

Caso o Congresso não chegue a um acordo antes do tempo, seria de se esperar que o Tesouro priorizasse as receitas tributárias para garantir a continuidade do pagamento de juros e que o governo cortasse gastos em outras áreas. Embora esta abordagem possa diminuir os riscos sistémicos, também pode desencadear uma rápida perda de confiança dos empresários e consumidores, a destruição da demanda e um risco elevado de recessão.

Os investidores que procuram mitigar a volatilidade do mercado de ações podem considerar investimentos estruturados ou mudar sua exposição para setores mais defensivos. Nesse contexto, identificamos uma melhor relação risco-retorno nos títulos do que nas ações. Também recomendamos manter o ouro como proteção contra riscos geopolíticos e o impasse nas negociações do teto da dívida.

Desde o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) no início de março, um ciclo de reações negativas se instalou, pressionando os bancos. Neste contexto, acreditamos que o ciclo de reações negativas provavelmente continuará por algum tempo e os bancos regionais provavelmente sofrerão ainda mais pressão.

No entanto, embora os custos de financiamento mais altos e as necessidades de maior liquidez pesarão sobre a rentabilidade dos bancos mais fracos, isso não significa que a situação entrará em uma espiral de crise completa. Acreditamos que, de forma agregada, o setor bancário regional dos EUA tem capital e liquidez adequados. Mais importante ainda, o FDIC, o Fed e o Tesouro estão atentos à situação para sinais de risco sistêmico.

As ações tecnológicas dos EUA se recuperaram após o movimento de venda do ano passado. Ainda assim, mantemos o setor de tecnologia como “menos preferido”. As ações de tecnologia globais agora estão sendo negociadas a mais de 23 vezes os lucros projetados para 12 meses, um prêmio de 32% para a média dos últimos 20 anos. 

Com uma ponderação de 22,5%, o setor tecnológico é o maior individualmente no índice MSCI All Country World e continua sendo um componente importante de uma carteira bem diversificada de longo prazo. No entanto, acreditamos que os investidores devem usar a alta recente como oportunidade para revisar e gerenciar sua exposição ao setor. 

Os imóveis comerciais passaram a ser cada vez mais mencionados como uma área de possível risco nos próximos meses conforme o setor se ajusta ao aumento pós pandemia nas taxas de vagas de escritórios, aos custos elevados de refinanciamento e a falta de pagamento dos empréstimos com garantia de escritórios.

No entanto, os retornos anuais históricos, a volatilidade e os dados de correlação dos últimos 25 anos mostram que alocações a imóveis privados podem complementar a renda fixa como fonte de renda e suavizar os retornos de carteira durante um ciclo do mercado. 

Uma das maiores surpresas econômicas do ano foi a revogação rápida da China de sua política zero-COVID. No entanto, as preocupações com a robustez da economia chinesa e os riscos geopolíticos pesaram sobre o mercado. Apesar de uma forte alta de 34% desde o nível baixo da crise em outubro, o índice MSCI China “devolveu” seus ganhos de janeiro e agora está 2% mais baixo no acumulado do ano. 

Porém, acreditamos que o aumento na clareza quanto aos riscos geopolíticos e uma recuperação dos lucros devem atuar como catalisadores para as ações da China nos próximos meses. 

Os investidores devem evitar a tentação de ficar em compasso de espera e devem continuar investindo no longo prazo. As taxas de juros não permanecerão altas para sempre, por isso, os investidores precisam planejar agora como obter mais renda e retornos duradouros. 

Também devemos lembrar que há mais para uma carteira de ações do que apenas o S&P 500. Embora o mercado acionário dos EUA normalmente é o maior componente em uma carteira bem diversificada, existem outros ativos e mercados que parecem estar mais valorizados e atraentes. Por exemplo, o MSCI EMU, o referencial de ações da zona do euro, está sendo negociado a 12,3x no P/L projetado e o MSCI Emerging Markets está a 11,7x.

Embora a nossa hipótese central presuma que o S&P 500 cairá no saldo do ano, também consideramos um cenário de alta no qual os mercados continuam subindo. É importante considerar que você nunca sabe se haverá um momento melhor para comprar no futuro.