Mercados emergentes Mercados Emergentes: Entre os EUA e a China

Uma análise da situação econômica atual nos EUA e na China

13 set 2023 3 minutos de leitura

Os EUA e a China enfrentam atualmente ambientes econômicos instáveis, com uma variedade de possíveis cenários pela frente. No entanto, é importante notar que, mesmo em um contexto em que a gama de possíveis resultados econômicos parece ampla, há oportunidades de investimento nos mercados emergentes.

Visão dos mercados emergentes

O panorama econômico pode resultar em algo melhor do que o esperado, apesar de um ambiente bastante confuso

EUA

Nos EUA, os dados que apoiam a probabilidade de um pouso “suave” acumularam nas últimas semanas, à medida que a inflação se manteve moderada e os indicadores de atividade superaram muito as expectativas.

Ao mesmo tempo, o núcleo da inflação está desconfortavelmente elevado e o mercado de trabalho continua muito restritivo. No geral, pensamos que o Federal Reserve deve manter as taxas de juro elevadas pelo menos durante o resto do ano, o que deve traduzir-se num crescimento abaixo da tendência para a economia dos EUA.

Um cenário negativo em que a inflação persistente obriga o Fed a manter as taxas elevadas até 2024 ou até mesmo aumentá-las ainda mais precisa de ser contemplado. Também não podemos descartar um cenário positivo em que os avanços de inteligência artificial permitam que a economia desfrute de um período prolongado de “Cachinhos Dourados” de crescimento-inflação.

China

Na China, os indicadores econômicos de alta frequência revelam um quadro preocupante. Várias leituras – de investimento e consumo até o sector externo e disponibilidade de crédito – estão a emitir sinais negativos.

O lado positivo é que os principais líderes da China significativamente ajustaram o tom político durante a reunião recente do Politburo. Eles reconheceram, entre outras coisas, que o mercado imobiliário está a passar por “mudanças drásticas na dinâmica de procura-oferta” e abandonaram a frase “a habitação é para viver, não para especulação” iniciada pelo Presidente Xi Jinping em 2017.

A reunião também apelou ao governo para “reanimar o mercado de capitais” – uma mudança notável de espírito em comparação com reuniões anteriores. As autoridades começaram lentamente a fazer o mesmo, proporcionando taxas de juros modestamente mais baixas e algumas reformas no mercado de capitais.

Dado o sentimento de desânimo que prevalece, a recuperação pós-COVID da China depende da força do apoio político.

Oportunidades de investimento

Os investidores depositam poucas esperanças na China e na América Latina, onde a métrica se situa abaixo do percentil 25 dos últimos 10 anos. No entanto, vemos uma boa probabilidade de que o cenário econômico e de lucros em muitos destes mercados seja melhor do que o esperado.

Na China, novas medidas de estímulo podem ajudar a estabilizar o sentimento. Por outro lado, o Brasil e o Chile deram início a ciclos de flexibilização monetária — que historicamente apoiam as ações — e apresentam o que consideramos níveis contidos de risco político a curto prazo. Na Índia, a demografia favorável, os índices elevados de investimento e as reformas abrangentes oferecem uma tendência de PIB acima da média e um potencial de crescimento dos lucros, na nossa opinião.